quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Hino de Vésperas


Cinco chagas, cinco fontes.
Com água de vida eterna,
Onde as almas sequiosas
Podem matar sua sede!

Depois de ressuscitar,
Guardou Cristo estes sinais
Do combate glorioso
Em que venceu o inimigo;

Para que as chagas visíveis
Mostrassem às gerações
A ferida invisível
Do amor mais forte que a morte:

Chagas puras e santíssimas
Que o nosso povo venera
E que na sua bandeira
São penhor da salvação.

Pelas chagas de seu Filho,
Louvado seja Deus Pai
E o Espírito divino
Agora e sempre adoremos.

Terço das Chagas


O Senhor, ao manifestar-Se à Irmã Maria Marta Chambon, do Mosteiro da Visitação de Santa Maria Chambery, falecida em odor de santidade em 21 de Março de 1909, encarregou-a de invocar constantemente as Suas Chagas e de avivar esta devoção no mundo. Para este fim, revelou-lhe com palavras vivas os tesouros que encerram essas feridas abertas na Sua Carne imaculada. "O meu Pai compraz-Se na oferta das minhas Sagradas Chagas. Oferecer as minhas Chagas ao Pai Eterno é oferecer-Lhe a Sua Glória, é oferecer o Céu ao Céu. As minhas Santas Chagas sustêm o mundo. Concederei tudo o que Me pedirem pela invocação às Santas Chagas.
Obtereis tudo, porque é o mérito do meu Sangue, que é de um preço infinito. As minhas Chagas repararão as vossas. Das minhas Chagas saem frutos de Santidade. Quando tendes algum desgosto, algum sofrimento, deveis colocá-lo logo nas minhas Chagas." 


MODO DE REZAR

Abertura:

- Deus, vinde em nosso auxílio.

Senhor, socorrei-nos e salvai-nos!

Glória…

Oração inicial:

- Ó Jesus, Divino Redentor, sede misericordioso para connosco e para com o mundo inteiro. Ámen.

- Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro. Ámen.

- Graça e misericórdia, meu Jesus, durante os perigos presentes. Cobri-nos com o Vosso
Sangue Precioso. Ámen.

- Pai Eterno, misericórdia, pelo Sangue de Jesus Cristo, Vosso Único Filho: Tende misericórdia de nós, nós Vo-lo suplicamos. Ámen, Ámen, Ámen.


NAS CONTAS GRANDES DO TERÇO
  (Em lugar do Pai Nosso):

- Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para curar as Chagas das nossas almas.


NAS CONTAS PEQUENAS DO TERÇO
  (Em lugar da Avé Maria):

- Meu Jesus, perdão e misericórdia pelos méritos das Vossas Santas Chagas!


NO FIM:

Recita-se três vezes a jaculatória:

- Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para curar as chagas das nossas almas.

(300 dias de indulgência por cada vez. S.S. Pio XI, 16 de Janeiro de 1924).

Festa das Cinco Chagas do Senhor


Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo sobre o Evangelho de São João
(Hom. 87, 1: PG 59, 473-474) (Sec. IV)

Cristo manifesta-Se com as suas chagas após a ressurreição

Se é pueril acreditar ao acaso e sem motivo, também é muito insensato querer examinar e inquirir tudo demasiadamente. E esta foi a sem-razão de Tomé. Perante a afirmação dos Apóstolos: Vimos o Senhor, recusa-se a acreditar: não porque descresse deles, mas porque julgava impossível o que afirmavam, isto é, a ressurreição de entre os mortos. Não disse: «Duvido do vosso testemunho», mas: Se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei.
Jesus aparece segunda vez e não espera que Tomé O interrogue, ou Lhe fale como aos discípulos. O Mestre antecipa-se aos seus desejos, fazendo-lhe compreender que estava presente quando falou daquele modo aos companheiros. Na censura que lhe faz serve-Se das mesmas palavras e ensina como deverá proceder para o futuro.
Depois de dizer: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; mete a tua mão no meu lado, acrescenta: Não sejas incrédulo, mas crente. Tomé duvidou por falta de fé. Ainda não tinham recebido o Espírito Santo. Mas isso não voltaria a acontecer; a partir de então manter-se-iam firmes na fé. Cristo, porém, não Se ficou nesta admoestação e insistiu novamente. Tendo o discípulo caído em si e exclamado: Meu Senhor e meu Deus, disse-lhe Jesus: Porque Me viste, acreditaste. Felizes os que, sem terem visto, acreditaram.
É próprio da fé crer no que não se vê. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das que não se vêem. Com efeito, o divino Mestre chama felizes, não só os discípulos, mas também todos aqueles que no decurso dos tempos acreditarão n’Ele. Dirás talvez: Mas na verdade, os discípulos viram e creram. É certo; no entanto, não precisaram de ver para acreditarem. Sem quaisquer exigências, bastou-lhes ver o sudário para logo aceitarem o acto da ressurreição e acreditarem plenamente, antes mesmo de verem o corpo glorioso de Jesus. Portanto, se alguém disser: «Quem dera ter vivido no tempo de Jesus e contemplado os seus milagres», recorde as palavras: Felizes os que, sem terem visto, acreditaram.
E aqui surge uma pergunta: Como pôde o corpo incorruptível conservar as cicatrizes dos cravos e ser tocado por mão mortal? Não é caso para espanto, pois se trata de pura condescendência da parte de Cristo. O seu corpo era tão puro, subtil e livre de qualquer matéria, que podia entrar numa casa com as portas fechadas. Quis, porém, manifestar-Se deste modo, para que acreditassem na ressurreição e soubessem que era Ele mesmo que fora crucificado, e não outro, quem tinha ressuscitado. Por este motivo conserva, na ressurreição, os estigmas da cruz, e come na presença dos Apóstolos, circunstância esta que eles especialmente recordariam: Nós que comemos e bebemos com Ele. Quer dizer: Antes da paixão, ao vermos Jesus caminhando sobre as ondas, não considerávamos o seu corpo de natureza diferente da nossa; também agora, ao vê-l’O com as cicatrizes, após a ressurreição, devemos crer na sua incorruptibilidade.