sábado, 8 de setembro de 2012

Nomeações Pastorais para a Diocese do Funchal


Por Decreto de hoje, dia 8 de Setembro, Festa da Natividade de Nossa Senhora, Sua Ex.cia Rev.ma D. António Carrilho, Bispo do Funchal, procedeu às seguintes dispensas e nomeações pastorais:

1.      Padre Rogério Orlando de Freitas Vieira – dispensado, a seu pedido, por motivos de saúde, de Pároco do Caniço e Eiras.
2.      Padre Rui Alberto Fernandes Pontes  Pároco do Caniço e Eiras, sendo dispensado de Pároco da Graça e da Visitação.
3.      Padre José Teixeira Marques – dispensado, a seu pedido, por motivo de idade, de Pároco do Rosário, Feiteiras e Lameiros.
4.      Padre Hugo Filipe Almada Gomes  Pároco do Rosário, Feiteiras e Lameiros, sendo dispensado de Pároco do Curral das Freiras, da Equipa Formadora do Seminário e de Responsável do Pré-Seminário.
5.      Padre Luís Miguel Lira Baptista  Pároco do Curral das Freiras e da Graça, sendo dispensado da Equipa do Pré-Seminário e da sua colaboração na Paróquia de São Pedro.
6.      Padre Óscar Xavier Heliodoro Andrade  Pároco da Visitação, mantendo-se Vigário Paroquial de Santo António.
7.      Padre João de Freitas Mendonça – dispensado de Pároco de São Roque do Faial, mantendo-se Pároco do Porto da Cruz.
8.      Padre José Afonso Nóbrega Rodrigues – dispensado de Pároco do Faial, mantendo-se Pároco de Santana e Ilha.
9.      Padre Abrãao Relva Vieira de Marcos  Pároco do Faial e de São Roque do Faial, sendo dispensado de Pároco de São Jorge e do Arco de São Jorge.
10.  Padre Ronald Isaías Alves Vieira  Pároco de São Jorge e Arco de São Jorge.
11.  Padre José Estêvão Domingos – dispensado de Pároco da Achada (Gaula), mantendo-se Pároco de Gaula.
12.  Padre Paulo Sérgio Cunha da Silva  Pároco da Achada (Gaula) e Vigário Paroquial de Santa Cruz.
13.  Padre Vítor Apolinar Abreu Gonçalves  Membro da Equipa Formadora do Seminário Diocesano,Responsável pelo Pré-Seminário, e Vigário Paroquial de São Pedro, sendo dispensado das funções de Pároco “solidário” das paróquias da Piedade e do Espírito Santo, na Ilha do Porto Santo.
14.  Padre Fábio Rodrigues Ferreira  Pároco da Piedade e do Espírito Santo, na Ilha do Porto Santo, “solidariamente” com o Padre Hélder Reinaldo Abreu Gonçalves, continuando este como Moderador, nos termos dos Cânones 517§1 e 542-544 do Código de Direito Canónico.
15.  Padre Fernando Eusébio de Castro (odb) – dispensado das funções de Pároco de Fátima.
16.  Padre José Clemente dos Santos (odb) – Pároco de Fátima, conforme proposta do Superior Provincial dos Sacerdotes Salesianos.
17.  Padre José Anastácio Gouveia Alves – autorizado a colaborar na assistência religiosa aos emigrantes,na Paroquia Portuguesa da Diocese de Paris, em Gentilly, a convite da Obra Católica Portuguesa das Migrações. Cessa, por isso, a missão que lhe estava confiada na Missão Católica Portuguesa, em Lausana (Suiça).
18.  Diácono Rui Daniel Fernandes da Silva – colaborador do Rev.do Pároco da Nazaré, e Membro da Equipa do Pré Seminário.
19.  Diácono Pedro Filipe Góis Nóbrega – autorizado a concluir a sua Formação Teológica na Universidade Católica Portuguesa, colaborando pastoralmente na Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, Benfica, no Patriarcado de Lisboa.

Os sacerdotes, cujas nomeações se publicam, conservam as faculdades canónicas dos respectivos ministérios, até à tomada de posse dos seus sucessores. E, se nada for dito expressamente em contrário, mantêm também os outros ofícios que lhes estão confiados por anteriores nomeações.
A tomada de posse dos novos párocos far-se-á sob a presidência do Bispo Diocesano ou seu Delegado, em datas a anunciar oportunamente.
A Diocese agradece a disponibilidade e o espírito de serviço eclesial dos sacerdotes agora nomeados e a atitude de fé, confiança e cooperação das comunidades que deles se despedem ou os acolhem. Agradece, igualmente, aos sacerdotes que cessam funções paroquiais, os serviços prestados à Igreja, no exercício do seu ministério, e a disponibilidade manifestada para continuarem a colaborar em serviços pastorais que lhes sejam solicitados.

Secretaria Episcopal do Funchal, 08 Setembro 2012


Berdades da Boca P'ra Fora: Padre Afonso comemora 20 anos de sacerdócio.

Berdades da Boca P'ra Fora: Padre Afonso comemora 20 anos de sacerdócio.: Comunidade paroquial de Santana associou-se à efeméride esta tarde na eucaristia das 18:00 horas, conforme documenta a nossa reportagem. ...

Com os Devidos direitos do Berdades

Bento XVI: Maria, farol luminoso da vida cristã

Bento XVI: Maria, farol luminoso da vida cristã

Leiria-Fatima: Diocese com TV online

Leiria-Fatima: Diocese com TV online

Casamento: Matrimónio canónico tem diminuído

Casamento: Matrimónio canónico tem diminuído
Pergunta:
Na minha nova função de sacristão surgiu-me uma dúvida. Para a esclarecer, o meu pároco incumbiu-me de vos fazer esta pergunta: quando existem intenções de missa, qual é o momento apropriado para as anunciar? E em que termos? 

Resposta:
Dou-lhe os parabéns pelas novas funções de sacristão na sua igreja. A Instrução Geral do Missal Romano, na sua última versão oficial, que é do ano 2000, diz, acerca do sacristão, coisas que as anteriores não diziam: «O sacristão exerce também uma função litúrgica, quando prepara com diligência os livros litúrgicos, os paramentos e tudo o que é preciso para a celebração da Missa» (IGMR 105). Compreendo que a Instrução se tenha ficado pelas funções que indica, às quais chama apropriadamente litúrgicas. Mas os sacristães encarregam-se de muitas outras, que podem ir do acolhimento fraterno das pessoas que se apresentam a pedir um serviço à Igreja, até à ajuda no preenchimento de um impresso. Não é exagerado dizer que um sacristão, quando toma a sério as suas funções, pode ajudar muito no crescimento da vida paroquial. A sua dedicação a tudo o que se refere à paróquia e o respeito que a sua presença contínua suscita, são muito importantes. Relativamente às suas perguntas, não lhe posso citar nenhum número da Instrução onde se fale de intenções da missa, ou de missa por intenção de alguém. A palavra intenção é aí citada apenas no sentido de intercessão (as intenções da Oração dos fiéis ou da Hora de Vésperas da Liturgia das Horas). O mesmo acontece no Missal, onde não se fala de intenção de missa ou de missa por intenção de alguém. A única expressão que aí encontramos, dentro da Oração Eucarística I, na Comemoração dos defuntos, é a oração que começa pela palavra «Lembrai-Vos...», e a rubrica que se lhe segue: «... e ora uns momentos pelos defuntos que quer recordar». É ao acto de orar por alguém que se quer recordar de modo especial, que se chama celebrar por intenção de. Esta constatação é muito interessante, sobretudo quando se sabe que as celebrações por intenção de... ocupam largo espaço na vida dos párocos ou dos sacerdotes em geral (bispos e presbíteros). Pode constatar-se isso mesmo ao ver a lista de nomes de defuntos inscritos nas agendas paroquiais, ou escutando os nomes desses mesmos defuntos recordados pelo presidente da celebração no momento da Comemoração dos defuntos. Ora, a sua pergunta é exactamente esta: quando existem intenções de missa qual é o momento apropriado para as anunciar? Ou seja: quando é que se anuncia que a missa de hoje é por intenção de..., ou por alma de..., ou pelas almas de...? Não há uniformidade nem quanto a esse momento, nem quanto à pessoa que enuncia os nomes, nem tão pouco quanto à forma de os enunciar ou anunciar. Há paróquias onde os nomes dos defuntos pelos quais se irá celebrar nas missas de semana são publicados no respectivo jornal paroquial; outras, onde esses nomes figuram num mapa afixado no guarda-vento da igreja; outras ainda, onde o sacristão ou o acólito diz os nomes, diante da assembleia, um pouco antes de começar a celebração; e outras, onde o próprio pároco se encarrega de o fazer, ao chegar ao altar. E provavelmente ainda haverá outros costumes, entre os quais não podem esquecer-se aquelas comunidades onde os nomes dos defuntos não são pronunciados em momento nenhum da missa. Quais os termos em que podem enunciar-se os nomes dos defuntos que irão ser recordados dentro da Oração Eucarística? Penso que o melhor é inspirar-nos nas fórmulas apresentadas pelo Missal, e construir uma fórmula em que se diga, por exemplo: «Na missa de hoje vamos recordar, de modo particular, os nossos irmãos defuntos N. e N...». O sacristão ou um acólito, um pouco antes de o pároco se dirigir para o altar, diria essa fórmula de um lugar adequado na igreja. Uma fórmula semelhante a esta, dita por um ministro distinto do presidente: a) evitaria que o celebrante dissesse duas vezes os nomes dos defuntos pelos quais se vai orar: no início da missa e na comemoração dos fiéis defuntos; b) daria solenidade ao próprio anúncio, feito pelo sacristão ou pelo acólito, mas sem exagerar a sua importância, por não ser feito pelo sacerdote celebrante; c) eliminaria a impressão desagradável, sentida por bastantes fiéis, quando os nomes dos seus defuntos não são pronunciados em nenhum momento da missa; d) evitaria fórmulas inadequadas ou até mesmo incorrectas, como por exemplo: «A missa de hoje é por alma de... Na missa de hoje vamos rezar por...». Com efeito, a celebração da missa não é para rezar apenas por determinada pessoa, nem tão pouco é uma simples oração de súplica. A missa é a actualização do Mistério Pascal de Jesus Cristo; é louvor, acção de graças e súplica dirigidas ao Pai, pela Igreja e em nome da Igreja; é celebração por todos os membros da Igreja, vivos ou defuntos, e por todas as grandes necessidades do mundo, que são mais vastas do que as da assembleia ali reunida. Um colaborador do SNL (BPL 133)

Boletim Paroquial

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Freguesia das Achadas da Cruz


Acha se esta pequena paróquia encravada entre as freguesias da Ponta do Pargo e Porto Moniz, e o seu litoral fica a quasi igual distância das pontas do Pargo e do Tristão. Foi esta, como se sabe, o termo da primeira exploração feita através da costa marítima pelos descobridores João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz, e também o limite das duas capitanias em que se dividiu a Madeira, sendo o outro limite a Ponta da Oliveira. Àquela ponta foi dado o nome do segundo dos descobridores. Os terrenos que haviam de constituir a futura paróquia das Achadas da Cruz ficaram portanto pertencendo à capitania do Funchal.
Confina ao norte com a Ribeira do Tristão, que a separa da freguesia do Porto do Moniz, ao sul com a Ribeira da Cruz, que a limita da paróquia da Ponta do Pargo, a leste com as serras da freguesia do Porto do Moniz, e a oeste com o oceano.
Pertence ao Concelho do Porto do Moniz e à Comarca da Ponta do Sol, estando distanciada da sede do primeiro aproximadamente 8 quilómetros, e da segunda cerca de 40 quilómetros pela estrada da Ponta do Pargo, Fajã da Ovelha, etc.. Divide se nos seguintes sítios povoados: Pinheiro, Achada da Arruda, Igreja, Cova, Lombo do Simão, Achada de Castro e Terça. Outros sítios de menor importância: Quebrada Nova,
Quebrada do Negro, Fajã das Malvas, Fajã Nova, Pomar Velho, Risco, Pico da Azeveda etc. Tem Caixa Postal instalada no sítio da Igreja. Não há escolas oficiais, mantendo o respectivo pároco dois cursos de instrução primária, um diurno e outro nocturno, para crianças e adultos do sexo masculino. É irrigada com as levadas da Ribeira dos Moinhos, dos Lagos e do Pico da Arruda. Não tem porto de mar, mas apenas um pequeno Calhau, de difícil acesso.
A sua população é de cerca de 600 habitantes, vivendo em 150 fogos. São sítios pitorescos e de boas vistas o Pico das Mós, Cabeço do Facho e Pico do Fogo. Acha se quasi limitada à área desta freguesia o cultivo duma trepadeira, da família das Dioscoreáceas, conhecida pelo nome de norça, que produz um tubérculo muito usado na alimentação.
Como fica dito, esta freguesia pertence ao concelho do Porto do Moniz, mas quando este município foi duas vezes extinto no ano do 1849 e de 1895, passou aquela freguesia a fazer parte do concelho da Calheta. Tendo, porém, o município do Porto Moniz sido novamente restaurado nos anos de 1855 e 1898, a paróquia das Achadas da Cruz de novo ficou incluída na área deste concelho.
Ignoramos se o nome vem dos tempos primitivos da colonização. Sabemos, no entretanto, que ali se edificou, no terceiro ou último quartel do século XVI, uma pequena capela que teve a invocação de Vera Cruz. É possível que a tendência simplificadora do povo em questões de linguagem abreviasse no monossílabo Cruz a expressão mais complexa de Vera Cruz, e desta maneira a capela da Cruz desse o nome ao lugar ou achada em cujas proximidades foi construída, a não ser que admitamos a existência da actual denominação da paróquia como anterior à edificação da pequena ermida, o que hoje não será fácil verificar.
Foi certamente nesta capela da Vera Cruz que, no terceiro quartel do século XVI, se estabeleceu um curato dependente da colegiada da Calheta, mas que teve curta duração, sendo extinto em 1577 pelo bispo D. Jerónimo Barreto. A sua extinção deve se ao pequeno incremento da população, que por aquela época seria muito reduzida e que ainda, através dos tempos, pouco desenvolvimento tem tido. A extinção deste curato e doutros três ou quatro em idênticas circunstâncias, deu lugar à criação e custeio duma nova conezia na Sé do Funchal.
Por 1587, segundo se vê dum provimento feito pelo bispo D. Luiz Figueiredo de Lemos numa visita pastoral à igreja do Porto Moniz, estava aquela capela em lamentável estado de conservação e asseio, sendo a sua cobertura de palha e não tendo no altar o painel do orago. Reconheceu nesta ocasião o prelado que o chamado administrador da capela, Gaspar da Costa, não tinha obrigação de acudir aos reparos dela, porque os seus antepassados a haviam vendido ao rei, competindo aos habitantes do lugar o dever de a conservar convenientemente reparada e de maneira a poder celebrar se ali os actos do culto com a devida decência.
Parece que os habitantes das Achadas faziam primitivamente parte da freguesia da Ponta do Pargo, pois que, em 1592, ordenou o bispo diocesano que passassem a ser paroquianos do Porto Moniz e ali fossem cumprir as suas obrigações religiosas.
Em 1611, pediu o prelado a restauração do antigo curato, vista a dificuldade que os 84 moradores da Achada tinham em ir ao Porto Moniz, e o mesmo requereu o povo em 1638, com o fundamento de já ali haver cerca de 18 fogos. Surtiram sempre infrutíferas estas diligências. Somente um século depois da extinção do primitivo curato é que o bispo D. António Teles da Silva teve autorização, por alvará de 28 de Dezembro de 1676, de “criar o curato de Nossa Senhora da Conceição do Porto Moniz, com a obrigação de residência nas Achadas da Cruz e haver seu ordenado do ramo da mesma freguesia”. O alvará de 5 de Março de 1680 fixou o vencimento anual do cura em doze mil réis em dinheiro, um moio de trigo e uma pipa de vinho. 0primeiro cura nomeado foi o padre Manuel Ferreira da Silva, a 20 de Julho de 1677.
As Achadas da Cruz foram sempre um curato filial do Porto Moniz, com variantes de maior ou menor dependência desta freguesia, até que, pela carta de Lei de 24 de Julho de 1848, ficou constituindo uma paróquia independente, ou um curato autónomo com vida civil e religiosa próprias.
A antiga ermida da Vera Cruz, que ficava nas proximidades do sítio do Calvário, não deu o nome da sua invocação ao orago da paróquia. Passou este a ser de Nossa Senhora do Livramento na nova capela que mais tarde se erigiu em ano que não podemos determinar. Esta capela foi há poucos anos acrescentada, e sofreu notáveis melhoramentos com o importante donativo que para isso lhe legou Manuel de Pontes
Câmara, natural desta freguesia.
Encontramos algures que João Gonçalves Zarco doara a seu filho Garcia Rodrigues da Câmara vastos terrenos no extremo ocidental da sua capitania, parte dos quais veio mais tarde a formar a paróquia das Achadas. Essa doação compreendia várias terras na Ponta do Pargo e estendia se até o limite da donataria, que era na ribeira ou na Ponta do Tristão. Não tem fundamento a afirmativa de que Garcia da Câmara tivesse feito assentamento pelas terras das Achadas e constituísse com a sua família e os seus serviçais o primitivo núcleo da população que por ali houvesse. Dizem antigos nobiliários que Garcia da Câmara morreu sem descendência, mas conjectura se que o morgadio que existiu nas Achadas da Cruz fosse instituído por algum dos seus herdeiros, cujo último representante faleceu ali há poucos anos e se chamava
Luiz Isidoro Carvalho Drumond.
Um filho distinto desta freguesia foi o comendador Manuel de Pontes Câmara, que, adquirindo no Brasil uma enorme fortuna, praticou ali actos da mais assinalada benemerência, ao mesmo tempo que criou em torno do seu nome o elevado e nunca desmentido conceito de uma inexcedível probidade e da mais comprovada austeridade de carácter. Tendo nascido em 1815, embarcou em tenra idade para o império brasileiro e pode, dentro de poucos anos, alcançar uma pequena fortuna, que foi engrossando e se tornou considerável, à medida que, com a sua inteligente iniciativa e trabalho perseverante, se entregou a grandes transacções comerciais, alargando sempre a esfera da sua actividade e adquirindo deste modo os avultados haveres que deixou por sua morte. Apesar de absorvido o tempo pela sua actividade comercial, não deixou de cultivar o seu espírito, falando as línguas e possuindo uma não vulgar ilustração, tendo uma larga leitura dos mais conhecidos autores, o que dava um particular relevo e encanto ao seu trato extremamente lhano, acolhedor e afável. Apenas visitou uma vez a sua pátria no ano de 1881, mas, quando regressou à sua casado Rio de Janeiro no vapor Douro, foi vítima dum naufrágio no cabo Finisterra, a 2 de Abril de 1882.
Segundo se afirma, tencionava, ao chegar ao Brasil, modificar consideravelmente as suas disposições testamentarias e contemplar os estabelecimentos pios da Madeira com importantes legados, o que não conseguiu fazer pela morte desastrosa que inesperadamente o surpreendeu. No entretanto, deixou aqui avultadas esmolas, e nos seus legados conta se um de cinco contos de reis à Misericórdia do Funchal. Legou quasi inteiramente a terça dos seus bens a casas de caridade, especialmente à Misericórdia da cidade do Rio de Janeiro, ficando os seus filhos com o remanescente da sua grande fortuna.
Um acontecimento verdadeiramente sensacional para esta e mais freguesias limítrofes foi o do naufrágio do yacht americano Varuna. Este navio saíra das Bermudas a 7 de Novembro de 1909, com destino à Madeira, trazendo a bordo o seu proprietário, o milionário americano Eugene Higgins, e naufragou nas costas da freguesia das Achadas da Cruz pela madrugada do dia 16 do referido mês. O mar estava calmo, atribuindo se o sinistro à cerração que fazia, e parece que em boa parte ao descuido do timoneiro e vigias de bordo. Salvou-se o proprietário do Varuna e três senhoras que o acompanhavam, o capitão e mais oficiais, tendo morrido apenas um marinheiro. Era um barco luxuoso, que várias vezes visitara o nosso porto, tendo cerca de 50 tripulantes e a lotação aproximada de 1600 toneladas. Pouco depois do encalhe, começou uma grande agitação do mar, impedindo o salvamento regular dos pertences do navio e dos valiosos objectos que trazia bordo. A violência das ondas foi se encarregando da destruição do yacht, arrojando às costas vizinhas e impelindo para o alto mar os preciosos destroços do naufrágio. Afirma-se que o milionário americano perdera neste sinistro um riquíssimo colar de pérolas da mais pura água, bordando se em torno do suposto encontro da preciosa jóia varias invenções e fantasias que nos parecem destituídas de qualquer fundamento sério.

In: Elucidário Madeirense; Pe. Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Menezes

Vaticano: Congresso debate importância do Concilio Vaticano II para a reflexão mariana

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Nova Evangelização: propor Cristo de novo

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Criança acusada de blasfémia sai da prisão

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Conferência do cardeal-patriarca de Lisboa

Conferência do cardeal-patriarca de Lisboa no 7.º Simpósio do Clero

Clero: Padres devem ser «protagonistas» em Ano da Fé convocado por Bento XVI

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Festas Paroquiais da Paróquia das Achadas da Cruz

Nossa Senhora do Livramento,
Venerada na Igreja Paroquial das
Achadas da Cruz
Decorrerão as Festas Paroquiais de Nossa Senhora do Livramento e do SSS de 14 a 16 de Setembro. Depois será publicado o Horário das mesmas

Às portas do Ano da Fé


Logótipo para o Ano da Fé.
Que terá início a 11 de Outubro
Este novo ano pastoral começa com o convite do Santo Padre a prestarmos atenção àquilo que, na vida cristã, é o essencial: reaprender e ensinar uma relação real, efectiva, com Deus que se nos revelou em Jesus de Nazaré. Não se trata de cada um determinar para si aquilo que pensa ser o mais importante, ou aquelas realidades em que, no seu entender, se encontra mais frágil na vida cristã. Pelo contrário, trata-se antes de confrontar a vida cristã de cada um com a realidade objectiva da fé, tal como ela nos é ensinada e vivida, desde sempre, pela Igreja.
Com efeito, antes de cada um de nós ter fé já outros acreditavam, já uma comunidade tinha escutado o Evangelho, o tinha acolhido e vivido. E antes dessa, uma outra – e assim sucessivamente até à primeira comunidade apostólica. Certamente: cada comunidade vive a fé no seu tempo e na sua cultura. E isso não apenas a distingue de todas as outras como constitui um património de todos e que a todos enriquece. Mas aquilo que é peculiar a cada comunidade e a cada crente não pode nunca fazer esquecer a realidade comum, que é anterior, que nos une e faz de todos cristãos, membros de uma mesma Igreja, a Igreja de Cristo, a Igreja dos Apóstolos, a Igreja dos Santos, a Igreja católica.
A fé é pois, e antes de mais, vida. Mas para a partilharmos e para vivermos conscientemente essa vida, não podemos, nós seres humanos, deixar de utilizar as palavras, as frases, as afirmações que, ao longo do tempo foram sendo encontradas e purificadas, de modo a expressar, cada vez mais exactamente, a vida com Deus. Aliás, este é o modo habitual que nós, seres humanos, temos de comunicar uns com os outros, de permitir que outros partilhem o que vivemos interiormente, e de ensinar aquilo que também nós já antes aprendemos a viver.
É esta realidade – fruto da vida que Jesus ensinou e deu a partilhar aos Apóstolos e que estes nos transmitiram – que se encontra resumida no «Credo», que todos os domingos e solenidades somos convidados a rezar na liturgia. Durante este ano da fé, o Santo Padre faz-nos o convite a que façamos dele uma oração diária – mas isso significa, obviamente, que o entendemos, a ele aderimos de coração e o queremos viver cada vez mais perfeitamente.
Viver o essencial, aderir a ele, ser dele testemunha e ensiná-lo: eis o desafio deste Ano que temos pela frente. Uma tarefa para cada um, mas igualmente uma tarefa para as diferentes comunidades espalhadas pelo mundo inteiro. Uma força de renovação, de união e de partilha para todos os católicos dos quatro cantos do mundo, uma graça de Deus que importa não desperdiçar.

D. NUNO BRÁS, in Voz da Verdade, jornal Semanal do Patriarcado De Lisboa